'Não somos lixo': garis protestam após empresário confessar assassinato de colega durante coleta
aris da empresa responsável pela coleta de lixo em Belo Horizonte realizaram um protesto na Região Oeste da capital Redes sociais Na manhã desta quarta-feira...

aris da empresa responsável pela coleta de lixo em Belo Horizonte realizaram um protesto na Região Oeste da capital Redes sociais Na manhã desta quarta-feira (20), garis da empresa responsável pela coleta de lixo em Belo Horizonte realizaram um protesto no bairro Vila Oeste, na Região Oeste da capital, após o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, confessar ter matado o trabalhador Laudemir de Souza Fernandes, de 44. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp O crime ocorreu no dia 11 de agosto, quando Renê se irritou com o caminhão bloqueando a via, ameaçou a motorista e atirou contra os trabalhadores da coleta de lixo Laudemir foi atingido no abdômen e morreu no local. Durante o ato, os colegas de Laudemir estenderam um cartaz com a frase: “Somos garis. Não somos lixo. Nossa única esperança é o TJMG e o MPMG”. Eles pedem que o crime não fique impune. 'Morreu fazendo o que gostava': quem era o gari assassinado a tiros em BH Segundo as investigações, a arma usada no crime pertence à esposa do empresário, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, que agora é investigada pela Subcorregedoria da Polícia Civil por possível descuido na guarda do armamento. Em depoimento, ele confessou o crime e afirmou que a delegada não sabia que ele havia pegado a arma. O Ministério Público pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do casal para garantir indenização à família da vítima. Renê Nogueira Júnior pode responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma de fogo e ameaça. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. O caso está sendo investigado. O empressário Renê da Silva Nogueira Júnior, casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, foi preso suspeito de atirar e matar o gari Laudemir de Souza Fernandes Reprodução Quem era Laudemir de Souza Fernandes? Laudemir trabalhava há nove anos para uma empresa terceirizada que presta serviços de limpeza urbana à Prefeitura de Belo Horizonte. Era considerado um funcionário exemplar e estava prestes a ser promovido. Foi morto enquanto trabalhava. Laudemir estava há cinco anos em um relacionamento amoroso com Liliane França. O casal decidiu morar junto desde o começo do namoro. "Ele saía todos os dias de manhã falando que iria voltar para casa, que iria voltar para a família, que era o que ele mais gostava de fazer. Ele vai fazer muita falta, muita mesmo, era um homem perfeito, que respeitava. Dessa vez, ele não voltou para casa. Me devolveram o Lau num caixão", desabafou a viúva Liliane França. Segundo a enteada Jéssica França, a família era grande e unida. Viviam juntos a Jéssica, a mãe dela, Laudemir, e a filha dele, uma adolescente de 15 anos, que recentemente foi morar com eles. "Ele era uma pessoa extremamente protetora e amava fazer o café da manhã aos domingos pra gente. No dia dos pais, a gente almoçou todo mundo junto, ele ficou muito próximo da filha dele. O sentimento é de revolta, de tristeza", disse Jéssica. Na empresa, o gari sempre apresentava um comportamento alegre e comprometido com o trabalho. Chegava cedo e tinha o hábito de passar o café pra equipe. Recentemente, recebeu a proposta de ser promovido para a portaria da empresa. “Era uma pessoa boa, chegava cedo no serviço, fazia café pra todo mundo. Muito prestativo, muito humano. Ele não era de briga e nem confusão. Todo mundo tá arrasado, ninguém esperava isso”, lamentou a colega de trabalho Edna Luzia Soares. A empresa de limpeza urbana onde Laudemir trabalhava cedeu dois advogados para acompanhar o caso. LEIA TAMBÉM Cristão, patriota, marido: quem é o suspeito de matar gari 'Me devolveram o Lau num caixão', diz viúva de gari morto Empresário preso por morte de gari é casado com delegada Confira os vídeos mais vistos no g1 Minas: